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Sabem que eu, desde a minha adolescência, tomo notas (de literatura) do que acho interessante, útil dos livros que leio. Pois bem, do livro “O Zahir” de Paulo Coelho, editora Circulo de Leitores, Lisboa, Fevereiro de 2006, já tomei as seguintes notas, algumas parafraseio, que venho partilhar convosco.
(p.28) “Liberdade não é a ausência de compromisso, mas a capacidade de escolher e de me comprometer com o que é melhor para mim.”
(p.38) “A maioria das pessoas, mesmo bem-intencionadas, apenas seguem este ou aquele dogma. A maior parte das vezes, tornam-se fanáticas justamente porque o fanatismo é a única saída para as dúvidas que não cessam de provocar a alma do ser humano.”
(p.38) “Andar pelo Caminho de Santiago, entrar em contacto com pessoas comuns, descobrir que o Universo fala uma linguagem individual – 'sinais' – e que para a entender basta olhar com a mente aberta para o que acontece à nossa volta. (…) Basta prestar atenção; as lições chegam sempre quando se está pronto e, se se estiver atento aos sinais, aprende-se sempre tudo o que é necessário para o próximo passo.”
(p.38) “O ser humano tem dois grandes problemas:
1.o – saber quando começar;2.o – saber quando parar;”
isto é, saber quando acaba um ciclo na sua vida e começa outro porque os ciclos não dependem de nós.
(p.40) “Actualmente, em Paris, os cafés são lugares de turistas com fotos das pessoas que fizeram fama. (…) Muitos escritores estão mais preocupados com o estilo do que com o conteúdo; tentam ser originais, mas só conseguem ser aborrecidos. Estão fechados no seu mundo onde se aprende a 'reenviar o elevador', isto é, eu falo bem do teu livro, tu falas bem do meu livro e cria-se uma nova vida intelectual, um novo pensamento filosófico. Ninguém nos entende, mas não faz mal; sempre foi assim com os génios.
No início, conseguem algum resultado, mas logo as pessoas se dão conta de que estão a ser enganadas e deixam de acreditar no que a crítica está a dizer.
A Internet veio mudar isto: novos escritores esforçam-se por que as suas palavras e as suas almas sejam compreendidas.”
(p.44) “Percebo, pela primeira vez, que todas as minhas frustrações nos relacionamentos amorosos nada tinham a ver com elas, mas com a minha própria amargura. Para poder encontrar-me com alguém, eu preciso primeiro de me encontrar comigo.”
(pp. 65-66) “Catedral de Santa Maria em Santiago de Compostela:
No princípio havia uma muralha.
Em seguida, a muralha continuou ali, mas uma das paredes foi usada para a construção de uma capela.
Dezenas de anos passaram, a capela transformou-se numa igreja.
Mais um século e a igreja tornou-se uma catedral gótica. A catedral coneceu os seus momentos de glória, teve alguns problemas de estrutura, foi abandonada por um período, passou por reformas que deformaram a sua estrutura, mas cada geração achava que tinha resolvido o problema e refazia os planos originais.
Assim nos séculos que se seguiram, erguiam uma parede aqui, demoliam uma viga acolá, acrescentavam reforços deste lado, abriam e fechavam os vitrais.
A catedral resistia a tudo.
Desta vez os arquitectos garantem que encontraram a melhor solução.
De repente, no meio da nave central, dou-me conta de algo muito importante:
a catedral sou eu; é cda um de nós. Vamos crescendo, mudando de forma, deparamo-nos com algumas fraquezas que têm de ser corrigidas; nem sempre escolhemos a melhor solução, mas, apesar de tudo, continuamos em frente, tentando manter-nos erectos, correctos de modo a honrar não as paredes nem as portas ou janelas, mas o espaço vazio que está ali dentro; o espaço onde adoramos e veneramos aquilo que nos é caro e importante.
Sim, somos uma catedral!
Esta catedral recorda-me que todos os dias preciso de me reconstruir a mim próprio e aceitar a importância do outro na minha vida.
(p.93) N”A Divina Comédia” do poeta italiano Dante:
“No dia em que o homem permitir que o verdadeiro Amor (Afectividade) apareça, as coisas que estão bem-estruturadas, transformar-se-ão em confusão e irão pôr em causa tudo aquilo que achamos certo e como verdadeiro.”
Na minha opinião, a Era da Afectividade já faz parte do presente, mas o mundo continua a reger-se pelas relações de poder/submissão que estão impregnadas da posse e não possuem qualquer afectividade. As relações desta (actual) Era são de igualdade de direitos e deveres, competências e responsabilidade individual que expulsam as relações de submissão que são do sistema esclavagista. Esta é/vai ser a grande causa de conflitos a todos os níveis. Eu já sei quais as relações que vão ganhar: as de igualdade de direitos e deveres, competências e responsabilidade individual e estas foram introduzidas na sociedade por Jesus Cristo com o testemunho de S. Paulo nesta frase “já não há mais grego nem judeu, circunciso ou incircunciso, nem escravo nem livre; mas Jesus Cristo que é tudo em todos. ” (Col 3, 11) Por conseguinte, estamos todos ao mesmo nível com um Mestre e Senhor – Jesus Cristo e Deus, Senhor do Senhor Jesus Cristo e por Deus que nos concedeu o livre arbítrio.
(p.123) “Três coisas importantes:
1.a – no momento em que as pessoas resolvem encarar um problema, elas dão-se conta de que são muito mais capazes do que pensam.
2.a – toda a energia (Afectividade), toda a sabedoria vêm da mesma fonte: Deus. O que tento na minha vida, desde que comecei a seguir aquilo que considero o meu caminho, é honrar Deus, ligar-me a essa Fonte todos os dias, deixar-me guiar pelos sinais, aprender enquanto faço e não, enquanto penso fazer.
3.a – ninguém está só nas suas tribulações; existe sempre mais alguém a pensar, a alegrar-se ou a sofrer da mesma maneira e isso dá-nos força para encarar melhor o desafio que temos diante de nós. Se o sofrimento está junto de nós, então é melhor aceitá-lo; o mesmo com a alegria.”
(p.105-06) “Teillard de Chardin: «Já dominamos a energia do vento, dos mares, do sol; mas no dia em que o homem (e a mulher) souber aceitar a energia do Amor (Afectividade) será algo tão importante como o foi a descoberta do fogo.»
Se uma pessoa é capaz de amar o seu parceiro sem restrições, sem condições; ela está a manifestar o amor de Deus. Ao manifestar o amor de Deus, ela ama o próximo e ao amar o próximo ama-se a si mesma e ao amar-se a si mesma, tudo volta ao seu lugar e a História muda. A História muda quando soubermos usar a energia do Amor como sabemos usar a energia do vento, dos mares, do átomo.”
(p.140) “Em todas as relações humanas, a coisa mais importante é a conversa; mas as pessoas já não o fazem – sentar-se para falar e para ouvir os outros. É importante voltarmos a reunir-nos à volta da lareira e conversar, contar estórias/histórias.”
(continua)
(p. 169-170) “Suponhamos que dois bombeiros entram numa floresta para apagar um pequeno incêndio. No fim, quando saem e vão para a beira de um riacho, um deles tem a cara toda coberta de cinzas e o outro está imaculadamente limpo. Pergunto: qual dos dois vai lavar a cara?
- É uma pergunta tola; é evidente que será o que está coberto de cinzas.
- Errado; o que tem a cara suja vai olhar para o outro e pensar que está igual a ele. E viceversa, o que tem a cara limpa vai ver que o seu companheiro está com fuligem por toda a parte e dizer para si mesmo: “Também devo estar sujo. Tenho de me lavar.”
- Procurei-me sempre nas mulheres que amei. Eu olhava para os seus rostos limpos, lindos e via-me reflectido nelas. Por outro lado, elas olhavam para mim, viam as cinzas que cobriam a minha face e, por mais inteligentes e mais seguras que fossem, acabavam também por se ver reflectidas em mim e achar-se piores do que eram.
Isto aconteceu com Ester. Eu absorvia sempre a sua luz, a sua energia o que me deixava feliz, seguro, capaz de prosseguir. Ela olhava para mim e sentia-se feia, diminuída porque, à medida que os anos passam, a minha carreira ia deixando a nossa relação para segundo plano. Por isso, ela partiu.
Agora, antes de me encontrar com ela, preciso de me encontrar comigo. (continua)