2010 superou 2009, para mim e 2011 tem expectativas de superar 2010 o que me deixa muito feliz. Tenho praticamente publicado o meu primeiro livro – Século XV – Lagos Henriquina e pós-Henriquina que tenho divulgado em vários portais. Este livro tem preço de venda – 12€ e uma edição de 550 exemplares e é a chiadoeditora@gmail.com que devem contactar. Conto convosco para que esgote num instante. Modéstia aparte sei que é um trabalho excelente e com bastante nova informação que vai muito para além da história de Lagos, sendo Lagos apenas o átomo da vida nacional e internacional que perpassa anos quatrocentos até à revolução industrial que estabelece um novo patamar na história universal, no século XIX.
Partindo de LAGOS é um novo patamar que se escreve na história universal – os Descobrimentos e o início da era do comércio internacional – que vão modificar o mundo, mas foi em LAGOS que tudo começou!
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= AS MINHAS LEITURAS =
in livro “O Futuro do Sucesso (viver e trabalhar na nova economia)” de Robert B. REICH; 1ª edição portuguesa; vol.22; colecção Actualidades; Lisboa; editora Terramar; original – 2000 e edição portuguesa – 2004; pp.362.
(...)
(pp.108-128) ”Quanto mais forem os visionários e os psicólogos que aprenderem uns com os outros, maior será a inovação. A burocracia característica das grandes indústrias isolou os visionários em silos de investigação e desenvolvimento e os psicólogos em departamentos de vendas e de marketing. Daqui resultaram alguns conhecimentos tecnológicos ocasionais e um conjunto de dados sobre as necessidades dos consumidores, mas pouca ou nenhuma conexão entre os dois e muito pouca inovação.
A aprendizagem mútua que conduz à inovação permanente tende a ser informal, isenta de planeamento e acidental. É por isso que a nova economia está a compensar mais os pequenos grupos empresariais constituídos por visionários e psicólogos do que as grandes burocracias hierarquizadas e é por isso que os melhores desses grupos se organizam livremente, muitas vezes em escritórios em open space onde se podem ver e encontrar uns aos outros em poucos segundos. O vestuário informal que se vê nessas novas empresas dinâmicas – colarinhos abertos, blue jeans e ténis – não é só fachada. As pessoas tendem a ser mais espontâneas e criativas e mostram-se muito mais dispostas a partilhar pensamentos e ideias ocasionais se se sentem tão confortáveis como quando se encontram na companhia de bons amigos.
As regiões dinâmicas do país, os locais que geram um número desproporcionadamente grande de empresas inovadoras, dispõem, em geral, de núcleos de visionários e psicólogos de talento que se misturam permanentemente.
Há dois critérios distintos segundo os quais uma obra pode ser avaliada:
segundo a estética do seu meio;
segundo a popularidade no mercado.
À medida que a economia se torna cada vez mais ferozmente competitiva, maior é a possibilidade de a avaliação comercial silenciar a crítica estética. Os consumidores são confrontados com tantas opções que valorizam cada vez mais os conselhos acerca daquilo de que irão gostar ou considerar satisfatório. Consequentemente, é menor o interesse na avaliação estética, isto é, naquilo de que os consumidores gostariam ou deveriam gostar, se os seus gostos fossem mais apurados.
No entanto, a sociedade necessita de ambos. É certo que os consumidores contam com o apoio de revistas especializadas que os alertam para o software, os filmes e outros inventos susceptíveis de lhes agradar e é perfeitamente razoável que os visionários e outros criadores saibam como hão-de fazer as delícias do público; mas também importa instruir o público quanto aos padrões estéticos inerentes a um determinado meio, independentemente do seu provável agrado. Numa cultura obcecada pelo que vende, os inventores e os artistas podem beneficiar com a crítica estética. Caso contrário, a sociedade arrisca-se a perder aquilo que provoca, enfurece, enobrece, desafia ou obriga as pessoas a encarar realidades que elas prefeririam ignorar.
A competição cada vez mais forte, fomentada pelo novo poder dos compradores, está a obrigar todas as editoras a se preocuparem mais com os custos.
O perigo é grande para os profissionais que antes estavam ao abrigo das exigências do mercado e que têm uma responsabilidade especial ao revelarem realidades que podem ser impopulares ou toscas. O seu sustento depende cada vez mais da sua popularidade. Os jornalistas são cada vez mais pressionados a escrever ou a transmitir aquilo que vende por muito inexacto que seja. As novas tecnologias permitem um feedback quase imediato.
A procura de trabalhadores criativos, de visionários e psicólogos continuará a aumentar porque eles são os mestres da inovação e a inovação está no cerne da nova economia. Estes trabalhadores podem criar rapidamente produtos que sejam melhores ou mais baratos do que os outros. Ao intensificar-se, esta competição estará a alimentar uma procura ainda maior dos serviços desses trabalhadores criativos. Por isso, é provável que estes postos de trabalho sejam cada vez mais bem pagos. Também é provável que eles sejam intelectual ou artisticamente aliciantes, emocionalmente absorventes, pessoalmente gratificantes e por vezes incomensuravelmente frustrantes. É quase certo que eles exigem muito tempo, o qual pode exceder as horas normais de expediente.
Os visionários e os psicólogos imaginativos são cada vez mais procurados, enquanto que, quem é pago para executar tarefas repetitivas ou rotineiras tende a perder terreno económico. Todas as empresas sentem uma pressão crescente para reduzir custos e elas possuem uma capacidade cada vez maior de o fazer através de tecnologias de alcance global.
Até as empresas norte-americanas lucrativas estão a reestruturar-se, a redimensionar-se, a sofrer operações de reengenharia para diminuir os seus postos de trabalho ao mesmo tempo que procuram mais visionários e psicólogos de talento e subcontratam a outras empresas trabalhadores com salários mais baixos e menos regalias. Todas as empresas estão a emagrecer, a subcontratar e a dispersar. As sedes das grandes empresas mundiais estão hoje instaladas em pólos de escritórios bem apresentados e convenientemente situados nos arredores dos aeroportos internacionais; as fábricas e os laboratórios estão espalhados pelo mundo; os fornecedores e os parceiros estão onde calha e mudam constantemente.
(pp.137 - 142) Os consumidores e os investigadores como o leitor e eu tiram proveito das tecnologias – internet, comércio electrónico e do software imaginativo – que permitem uma maior flexibilidade em todos os momentos críticos. Sujeitas a esta pressão combinada, as empresas estão a transformar-se em grupos de pessoas que se unem umas às outras por pouco mais do que uma conveniência temporária.
O resultado é a inovação sem limites e o dinamismo sem precedentes. Mas é também um conjunto de relações económicas tão transitórias que geram ambiguidade quando está em causa o apuramento de responsabilidades tanto no presente como no futuro. Os meus alunos vêem o mundo em que estão a entrar em termos muito mais temporários do que a minha geração via: não tencionam passar mais do que alguns anos no mesmo posto de trabalho; não contam com a lealdade de nenhuma organização ou instituição e quase nunca de outra pessoa … Também não esperam vir a ser leais. Para eles, uma relação comercial é efémera. Eles partem do princípio que terão de assumir a responsabilidade total pela gestão das suas carreiras; não podem confiar essa responsabilidade a mais ninguém.
A tecnologia está a acelerar e a aumentar o acesso a negócios fabulosos. Para sobreviver nesta nova era de competição mais feroz. A melhor maneira de o fazer é através de pequenos grupos dinâmicos associados a marcas fiáveis. No seu cerne estão visionários e psicólogos de talento, cada vez mais procurados. A empresa também é obrigada a reduzir constantemente os custos, alugando quase tudo aquilo de que necessita, descobrindo os fornecedores mais baratos, reduzindo os salários dos trabalhadores de rotina e nivelando todas as hierarquias e reduzindo-as a redes contratuais sempre em mutação. A lógica da nova economia está a alterar as relações laborais.
O que nos reserva o futuro, a nós e aos nossos filhos?
É provável que venhamos a ser membros de um grupo empresarial cujos proveitos variam de ano para ano ou até de mês para mês e o nosso quinhão dependerá do nosso contributo. Ou integraremos uma empresa de serviços especializados para cujos clientes faremos projectos e pelos quais receberemos uma parte dos proveitos totais. Ou trabalharemos para uma agência de talentos ou para uma empresa temporária que nos permitirá trabalhar em projectos específicos durante um período limitado e que em troca, cobrará uma percentagem sobre o que ganharmos. Cada vez somos menos empregados de uma organização e mais vendedores dos nossos serviços a determinados clientes com a marca da organização. Assim o nosso rendimento dependerá do que esses compradores estiverem dispostos a pagar pelos nossos serviços e do prestígio da marca que os atrai para nós. A ideia de emprego estável é bastante recente em termos históricos, durante a era industrial da produção em larga escala. Agora está a chegar ao fim. «O homem que trabalhou para outro no ano passado, trabalha para si este ano e no próximo, contratará outros para trabalharem para ele.» (Abraham Lincoln, Speech at Kalamazoo – Michigan, 27 de Agosto de 1856 in Roy P. Basler, ed., The Collected Works of Abraham Lincoln, vol II, New Brunswick – N. J., Rutgers University Press, 1953, p.364.)❐ (continua)
mailto:eu.maria.figueiras@gmail.com
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