domingo, 22 de agosto de 2010

Rudyard Kipling

IF ...
Se podes mostrar calma enquanto junto a ti
Todos lançam, perdendo-a, as culpas sobre ti;
Se confias em ti, muito embora de ti
Duvidem os demais, como o fazem de si;
Se podes esperar sem sentir desalento
E não retribuir mentiras declaradas
Nem de outrem o rancor e o seu torpe intento
Sem ostentar bondade em frases afectadas.
Se podes abstrair dos sonhos que sonhaste
E pensar, sem que vivas para isso somente;
Se podes defrontar o triunfo ou desastre
Tratando de impostor um ou outro igualmente;
Se podes ver verdades por ti proclamadas
Deturpadas por maus para lograr o povo
E coisas a que deste a vida, destroçadas
E curvar-te, cansado e fazê-las de novo.
Se podes agarrar os ganhos de uma vida
E num lance, arriscá-los, à sorte dos dados
E perdendo, voltar ao ponto de partida
Sem que, mesmo em segredo, digas teus cuidados;
Se podes obrigar, exaustos pela idade,
Teus orgãos a servir-te, após o que lá vai ...
Quando de ti nada exista além da tua vontade
Que lhes diz: continuai, continuai, continuai ...
Se podes ser honesto, ouvindo toda a gente
E privar com os reis sem perder o à-vontade;
Se, p’ra amigos ou não, podes ser indulgente
Prestável para todos, mas com dignidade;
Se podes empregar o minuto apressado
Em sessenta segundos de fecundo trilho;
O mundo inteiro é teu com tudo nele nado
E mais, mas muito mais: és um HOMEM, meu filho!
Rudyard Kipling
(traduzido por ADÉRITO DE SOUSA)
If
you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
if you can wait and not be tired by waiting,
o
r being lied about, don’t deal in lies,
or being hated don’t give way to hating,
and yet don’t look too good, nor talk too wise.
If you can dream – and not make dreams your master;
if you can think – and not make thoughts your aim,
if you can meet with Triumph and Disaster
and treat these two impostors just the same;
if you can bear to hear the truth you’ve spoken
twisted by knaves to make a trap for fools,
or watch the things you gave your life to, broken,
and stoop and build’em up with worn-out tools.
If you can make one heap of all your winnings
and risk it on one turn of pitch-and-toss,
and lose, and start again at your beginnings
and never breathe a word about your loss;
if you can force your heart and nerve and sinew
to serve your turn long after they are gone,
and so hold on when there is nothing in you
except the Will which says to them: “Hold on!”
If you can talk with crowds and keep your virtue,
or walk with Kings – nor lose the common touch,
if neither foes nor lovings friends can hurt you,
if all men count with you, but none too much;
if you can fill the unforgiving minute
with sixty seconds’worth of distance run,
yours is the Earth and everything that’s in it,
and – which is more – you’ll be a Man, my son!
Rudyard Kipling
Rudyard Kipling's Biography
(1865-1936)
Born in Bombay in an artistic and intellectual family, Kipling was educated in England and lived there from six to seventeen. He went back to India in 1882 to take up journalism. He worked for the Civil and Military Gazette at Lahore where his father was the curator of the local museum.
Kipling produced Departmental Ditties in 1886, Plain Tales from the Hills in 1888 and Soldiers Three in 1888. On his return to England, in 1889, he made a rapid progress in the affections of the general reader. Barrack-Room Ballads (1892) making wide use of the vigorous and unliterary language of soldiers and common people were universally admired.
After much travelling and prolonged stays in South Africa where he was active in supporting British imperialism and popularising the war against the Boers, Kipling settled in England. His political influence was no less important than his literary reputation. His poetry is best represented in the Seven Seas (1896) and The Five Nations (1903) while his prose, inferior in the novel Many Inventions (1893), the two Jungle Books (1894, 1895), Just So Stories (for children, 1902), Actions and Reactions (1909), Debits and Credits (1926) and many others. For the children he also wrote Captains Courageous (1897), Stalky and Co. (1899), Kim (1901) etc. He was the first writer to get the Nobel prize for short stories.
Kipling's reputation, very high in the nineties, began to decline after the turn of the century and particularly after World War I. Bitterly disappointed in his dreams of Britain's grandeur, he shut himself up in gloomy solitude and though he never left off writing, his books fell stillborn from the press. When he died, he was buried in the Poet's Corner of Westminster Abbey, but no man of letters of any distinction took part in the ceremony.
After World War II, however, Kipling began to come into his own. He is more and more widely recognised as a sort of “popular classic”.❐

sábado, 14 de agosto de 2010

Carta de um Chefe Índio

Carta de um chefe índio (pp.62-3)in livro O Desequilíbrio do mundo de Michel Beaud; colecção Actualidades; vol.24; 1.a edição portuguesa; editora Terramar; Lisboa; Abril de 2007; pp.306.
“O chefe índio Seattle, na sua carta de 1854, ao presidente dos Estados Unidos, em resposta à proposta que lhe tinha sido feita de compra das terras onde vivia o seu povo: «Sabemos que o homem branco não compreende os nossos costumes. Uma porção de terra é para ele igual a outra qualquer porque aquele que chega de noite e tira da terra aquilo que precisa, é um estranho. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga e quando a conquista vai mais longe. (...) O seu apetite devorará a terra e deixará para trás apenas um deserto (...).
Sabemos, pelo menos, o seguinte: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isso, sabemos nós. Todas as coisas dependem umas das outras como o sangue que une uma família. Todas as coisas dependem umas das outras.
Tudo o que surge na terra, surge para os filhos da terra. Não foi o homem que traçou o curso da vida. Ele é apenas um filho dela. Tudo o que ele faz ao curso da vida, fá-lo a si mesmo.»
As sociedades do poder não têm respeitado esta prudência.

domingo, 8 de agosto de 2010

A Menina que Fazia a Diferença

Histórias/estórias incríveis
Folheando o jornal Independente de 15-04-2005, num artigo de opinião de Fernando Neves de Almeida encontrei a seguinte estória que achei muito interessante e digna de memória:
(...) a responsabilidade que cada um de nós tem nesta mudança, a diferença que cada um de nós pode ou não fazer sobre aquilo em que tem influência traduzida nesta estória:
Certo dia estava uma menina numa praia a atirar estrelas-do-mar para o mar, que as ondas traziam para terra. Por coincidência, essa era a praia na qual o Sr. Dr. Racional das Grandes Decisões costumava fazer a sua corrida de fim-de-semana. Nesse fim-de-semana, o Sr. Dr. Das Grandes Decisões reparou que alguém estava a deitar coisas para o mar e, não percebendo de imediato do que se tratava, resolveu investigar. Assim, rapidamente, concluiu que estava uma menina a tentar fazer algo de impossível pelo que, sentindo-se paternalista nesse dia, decidiu ensinar-lhe alguns factos de vida. Chegando-se à beira dela, chamou-a e mostrou-lhe que, por mais estrelas-do-mar que ela devolvesse ao mar, as ondas trariam sempre mais, pelo que mais valia desistir. A menina, depois de pensar um pouco, respondeu ao Sr. Dr. Grandes Decisões: - Eu sei ... mas para as que eu salvo, eu faço a diferença.
Desse dia em diante, o Sr. Dr. Grandes Decisões deixou de correr. Todos os fins-de-semana podia ser encontrado naquela mesma praia, ao lado da menina ... a fazer a diferença para algumas das estrelas do mar.❐

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Para quem quiser conhecer o meu album de fotos “LAGOS – Costa d'Ouro” que não são da minha autoria e agradeço imenso a quem mas cedeu, basta ir ao portal http://www.andreabocelli.com/, depois visitar a Comunidade de Fâs e procurar a minha página – Maria Carmelita de Portugal. ❐

domingo, 1 de agosto de 2010

Para quem quiser conhecer o meu trabalho LAGOS – Património e Vida, é possível lê-lo semanalmente no portal http://www.institutosacarneiro.pt/ , no tema Nova Narrativa, Novas Ideias e com o nome de autora Maria de Portugal que sou eu. ❐